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[DESBRAVANDO] La Mision Brasil 2019

O espetáculo ocorreu nas redondezas da cidade de Passo Quatro no belíssimo estado de Minas Gerais e se caracterizou com uma corrida de trekking, cenário trail running, que oferece as seguintes opções de percurso: 15, 35, 50 e 80 km. Além disso, a organização inseriu a opção kids para animar a criançada.
[A DECISÃO] A La Mision foi a prova escolhida esse ano por ser considerada uma das mais duras do país, por sua cidade encantadora que conta com a quarta montanha mais alta do Brasil e claro, "turistar" um tiquinho, conhecendo um pouco da história no passeio de “Maria fumaça”.
[INSCRIÇÃO] O valor estava entre R$ 300 a R$ 650, de acordo com a opção de percurso, em lotes com descontos de 25 e 15%. Participei dos 50K e desembolsei R$ 412,50.
[AUTOSSUFICIÊNCIA] A logística da prova era a seguinte: equipamentos obrigatórios, hidratação e alimentos de responsabilidade do atleta.
[50 KM] Fui encarar minha primeira Ultramaratona cheia de incertezas, embora confiante até começar os problemas. Houve alteração no percurso horas antes da largada, onde foi retirado o meu tão sonhado trecho do Capim Amarelo. Largamos sem nosso planejamento inicial, meses de orientações, estratégias e foco eram meu alicerce.  Tivemos um ponto de corte no km 44 com 12hs, o que também foi alterado na metade do percurso, recebemos a informação que havia aumentado o tempo para 14hs e que seria 63 km de prova. Além disso, para fechar, tivemos outra informação de última hora que a prova teria que ser completada até às 3h da manhã, o que não seria possível devido a falta de planejamento hábil, mas resolvemos continuar.
[NO ESPETÁCULO] Por volta do km 20 me juntei a duas irmãs Ana e Eli do qual combinamos seguir juntas até a chegada. Chegando no PC, Paiolinho - km 30, aproximadamente, tomei minha canjica vegana (deliciosa e que me deu um gás revigorante) e zarpei antes das meninas para o frio não me congelar, mas com a certeza que iriam me alcançar. O detalhe é que isso não aconteceu, achei estranho e retornei, quando o Staff disse que elas seguiram em frente e que eu havia pegado o caminho errado e naquele momento o pensamento foi de desanimo. Respirei e parti novamente. Já estava escurecendo e estava sozinha na floresta, hora de se concentrar, trabalhar bem o psicológico e desbravar, com medo claro. Não sei ao certo quantos quilômetros fiquei sozinha, mas a felicidade de encontrar o Jefferson Souto fez a diferença, fez-me lembrar da frase “Quanto pior, melhor!”. O guerreiro me ajudou a tirar a lanterna da mochila e seguir em frente.
[IRMANDADE] “Se quiser ir rápido, vá sozinho. Se quer ir longe, vá em grupo.” Ufa, finalmente consegui alcançar as meninas e juntas passamos pelo corte. A sentimento de vitória se reergueu e fomos “curtindo”, paramos um pouco na casa de pedra para repor hidratação, tomar um café servido gentilmente por um morador local. Ana aproveitou para limpar suas bolhas no pé, aquecemos um pouco na fogueira e seguimos. 
[SUPERAÇÃO] Na calada da noite, "assada", Ana com bolhas nos pés e Eli com dores no joelho, mas com força e garra, sempre juntas até o trote final da chegada. Recheadas de emoções e gratidão por cada ajuda recebida dos staffs, corredores e uma das frases motivacionais dita pelo Major Góes “Quem corre cansa, quem caminha sempre alcança”.
[REFLEXÃO] Imprevistos em prova de montanha existem e a organização da La Mision soube reconhecer e se desculpar e na tentativa de minimizar a frustração foi liberado a entrega dos  fleeces, mas sem a inclusão dos dizeres FINISHER 50K Aproveito para parabenizar pelo tamanho evento e agradecer todo apoio que tivemos do começo ao fim e toda simpatia dos staffs.
Mas quer saber? Ameiiiiiii e já quero voltar!!!!
Enfim Misioneira.
Por Camila Guilhon
No céu o infinito.
Olhou, fatiou, passou, ...
Missioneiras!

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