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[DESBRAVANDO] Ultra Trail Geopark Araripe 2018

Uma prova, realizada no município de Crato/CE, que nos levou a correr literalmente em "um parque de dinossauros". Todo o enredo da prova foi em cima disso, pois existe uma riqueza de achados arqueológicos naquela região que é imensa, muitos fosseis foram e ainda são encontrados por lá, fazendo daquela área um dos grandes sítios arqueológicos do Brasil.
[DESPERTAR] O maior atrativo em querer desbravar provas é o contexto cultural e regional que aquele lugar tem a oferecer. Não me atenho muito a regulamento, kits ou premiações e sim ao simples prazer de poder correr por cima de um lugar tão cheio de história, nesse caso eu pude reviver aquele menino que na infância adorava os dinossauros.
[O ESPETÁCULO] A prova foi realizada no dia 13 outubro e não teve um público tão expressivo, mas fomos tratados como elite. Contamos com três opções de distância: 9, 21 e 47 km. As inscrições tiveram um preço acessível, dentro da média. 
[ENCANTO] Congresso técnico e entrega de kits foram realizados num confortabilíssimo hotel, onde já na arrumação do local existiam réplicas de dinossauros e todos eram muito bem recebidos e orientados pelos organizadores e staffs. O kit já foi uma bela surpresa, uma caixa feita artesanalmente com um tipo de resina com a marca da prova e dentro uma boa camisa e uma caneca também recoberta em resina, dando uma cara de jurássico ao kit, ideia muito bacana e que eu jamais havia visto.
[LARGADA]  A largada se deu por volta de 5:30 da matina, com 10 min de atraso devido à conferência dos itens obrigatórios. A organização disponibilizou um transfer no valor de 10 reais até esse local. de 5 km do hotel que foi realizado o congresso técnico (chegada).
[PERCURSO] Trilhas e singletracks no início com uma temperatura razoável, daí fomos subindo para o alto da chapada (chegamos a quase 1.000m de altitude) e já ali o clima era bem mais ameno e agradável, passamos por longos corredores planos recobertos por árvores e que favorecia um ritmo bem confortável ao atleta. Após o km 30 a brincadeira começou a ficar séria, o percurso ficou mais técnico, com mata mais fechada e um sobe e desce mais constante, daí vieram trechos de beira de penhascos (literalmente estávamos nos paredões da chapada) onde o correr já não era o principal e sim sua habilidade com as mão e corpo como um todo para poder agarrar, puxar e saltar, tentar ser veloz por todo aquele era algo bem difícil, como não bastasse todos esses trechos o nosso amigo sol começou a mostrar sua força, essa era a época de mais calor naquela região, onde a mata estava em sua maior parte seca, com muitos galhos e árvores sem cor. Vencer o calor e as partes técnicas a meu ver foi o maior desafio dessa corrida. Não posso deixar de relatar que todos, literalmente todos os staffs era extremamente solícitos e gentis, sabiam bem da prova, em qual quilometragem estávamos, sabiam informar sobre os trechos a frente deixando o atleta sempre com uma ótima sensação de segurança.
[CHEGADA] No horizonte, nos deparávamos com uma enorme subida até a entrada no hotel, tirando as últimas energias para dar aquele tradicional sprint final. Como a prova não teve um público tão expressivo a chegada não tinha muita gente, cabendo aos amigos que já haviam terminado as provas mais curtas a ficarem lá nos dando aquele empurrão. Da mesma forma no momento das premiações já não haviam muitos atletas presentes, pois muitos já teriam que ir embora por conta do horário e isso ofuscou um pouco o brilho daquele momento.
[MEDALHA] Um lindo e espetacular pterodáctilo. 
[PREMIAÇÃO] Troféus, geral e categorias, bem artesanais e com desenhos de fosseis encontrados na região.
Por fim, a prova em si foi redonda, foi bem em quase todos os quesitos a meu ver, hidratação foi perfeita, staffs também, largada e chegada apesar de poucos ocorreram bem, apenas um ponto a meu ver poderia ter sido mais caprichado, as fitas de marcação estavam um pouco distantes e a cor das fitas (amarelo com preto) ofuscavam em meio aquele visual de mata seca e amarelada, tornando a visualização um pouco mais difícil para o atleta, fora isso a prova foi muito boa e acredito ter um enorme potencial para crescer.
Vida longa ao Cariri Extremo!
Por Plauto Holanda, Treinador esportivo / Personal Trainer / Diretor técnico da equipe Núcleo Outdoor
Caravana da Terrinha - Núcleo Outdoor e Brutos do Matos

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